ajudar a parar de beber

Como ajudar uma pessoa a parar de beber?

O primeiro ponto é compreender que o alcoolismo é uma doença, que precisa ser levado com seriedade, e que o tratamento deve ser mediado por um profissional. Além disso, cabe ao cliente reconhecer que existe um problema entre ele e o álcool.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas é um problema que afeta a saúde e a vida social de milhões de pessoas em todo o mundo. O álcool é uma substância psicoativa que pode causar intoxicação, perda de reflexos, desinibição, agressividade e alterações no comportamento.

Além disso, o consumo constante e descontrolado de bebidas alcoólicas pode levar a uma série de doenças e danos à saúde, como cirrose, câncer, doenças cardíacas, problemas neurológicos e psicológicos, além de causar diversos conflitos no convívio familiar.

Como se tem início a dependência do álcool?

Podemos considerar que a dependência por álcool existe à medida em que a pessoa não consegue mais controlar o seu consumo excessivo e, caso tente interromper, irá apresentar automaticamente sintomas desagradáveis que somem ao voltar a beber. Esse é o sinal de que a pessoa já se encontra em abstinência.

A dependência do álcool surge devido a uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética, ambiente social e psicológico, e experiências traumáticas. Quando o álcool é consumido em excesso e de forma frequente, ele começa a afetar os circuitos cerebrais responsáveis pelo prazer, recompensa e autocontrole.

Com o tempo, a pessoa pode desenvolver uma tolerância ao álcool, o que significa que precisará consumir mais para sentir o efeito. Isso pode acarretar um alto consumo, levando a problemas de saúde físico e mental, e também a impactos negativos nas relações pessoais e profissionais.

Como ajudar alguém que quer parar de beber?

O primeiro ponto é compreender que o alcoolismo é uma doença, que precisa ser levado com seriedade, e que o tratamento deve ser mediado por um profissional. Além disso, cabe ao cliente reconhecer que existe um problema entre ele e o álcool.

A profundidade dos prejuízos da condição atual precisa estar clara, ou a pessoa deve encontrar-se minimamente receptiva para entender, pois todo o processo terapêutico precisa de um indivíduo motivado e protagonista da mudança.

O sentimento de inconformidade vem também como um fator importante para gerar mudanças, pois além de ter clareza da sua situação atual, esse indivíduo precisa estar disposto a mudar a sua realidade.

Se não forem posicionamentos que já estejam despertos no cliente, cabe ao profissional trazê-los à tona, lembrando sempre que o processo precisa partir do outro e não do terapeuta. O terapeuta vai mostrar somente as ferramentas, os caminhos, mas o desejo por mudança sempre deve estar com o cliente.

Ademais, é importante o terapeuta sensibilizar-se com a história daquele indivíduo, quais foram seus primeiros contatos com a bebida alcoólica, o que ele buscava, qual idade começou, quais foram as motivações, entre outros.

E, a partir daí, junto a ele encontrar respostas do por que o indivíduo encontra-se naquela posição, e não pode existir espaço para dúvidas quando ele desejar encerrar esse capítulo da sua vida. Da mesma forma que precisamos ter clareza do nosso momento atual, precisamos compreender o que nos levou até ele, para que nós não voltemos a cometer os mesmos erros.

Não é fácil parar de beber, por isso aqui estão algumas sugestões de primeiros passos:

1. Falar com um profissional de saúde

Reconhecer que sozinho não está conseguindo alcançar bons resultados é o primeiro passo para ter mudanças efetivas. Uma pessoa capacitada será capaz de te orientar da melhor forma possível para tratar o alcoolismo, além de indicar terapias e tratamentos adequados para cada caso.

2. Procurar um grupo de ajuda

As reuniões de Alcoólicos Anônimos (AA) e grupos de autoajuda podem ser úteis para começar a lidar com a dependência do álcool. Eles fornecem um ambiente de apoio e acolhimento, e muitos membros passaram pela mesma luta.

3. Encontrar um terapeuta

Um terapeuta pode ajudar a entender a relação entre o álcool e os aspectos emocionais da dependência, além de ensinar estratégias para lidar com gatilhos e evitar recaídas - e mesmo quando acontecem, um bom terapeuta vai ajudar seu cliente a perceber que antes dele recair existiu um progresso e que ele é totalmente capaz de continuar do lugar onde parou.

4. Procurar tratamento em uma clínica especializada

Em alguns casos, o alcoolismo pode ser tão grave que o internamento é necessário. As clínicas especializadas oferecem tratamentos intensivos, acompanhamento personalizado e um ambiente seguro para iniciar a recuperação.

Independentemente do caminho escolhido, é importante lembrar que buscar ajuda para o alcoolismo é o primeiro e mais importante passo que alguém pode dar.

Vícios carregam questões emocionais

Conhecer a história do nosso cliente é muito importante à medida que compreendemos que os vícios carregam uma enorme carga emocional. Uma pessoa quando bebe, por exemplo, ela não está buscando somente o prazer que a bebida proporciona.

Vivemos em busca constante por prazer e cada uma, especificamente, carrega um sentido, uma memória, um conforto emocional que precisa ser compreendida, principalmente se ela começar a atrapalhar o funcionamento social do indivíduo, que é o caso do vício.

Na sociedade atual é muito comum pessoas que bebem excessivamente curtir muitas festas e serem vistas como descoladas, que sabem aproveitar a vida e que vivem intensamente.

Essa busca por esse sentimento de pertencimento, esse prazer momentâneo, cria um círculo vicioso de consumo de álcool e outras drogas, no qual a pessoa não consegue enxergar o quão nocivo são tais comportamentos, como a se ver numa falsa posição de pessoa atraente, que esta aproveitando ao máximo, quando na verdade ela está deixando de construir coisas duradouras para viver prazeres momentâneos.

Colocar-se em uma posição de tomada de consciência e Inconformidade nesses casos pode ser um pouco mais demorado, pois a pessoa se enxerga em uma posição de sucesso, prestígio e cabe ao terapeuta trazer para ela ferramentas que causem verdadeiros insights a respeito desse mundo fantasioso que ela se colocou.

4 níveis para um tratamento de sucesso

  • Tomar consciência que está viciado: os primeiros sinais de que uma pessoa está em vício é a inquietação e a busca incessante por bebida. Quando não consegue beber, ela se irrita, não consegue focar em outra atividade.

Ademais, quando ela não consegue passar um longo período sem beber é um sinal de vício, lembrando que também existem os alcoólatras de final de semana. É um sinal menos intenso, mas já serve de alerta, no qual a pessoa espera a semana toda para no final de semana conseguir beber, e consumir quantidades exageradas.

Esse vício é perigoso, pois pode desencadear uma dependência mais grave e é normalizado socialmente.

  • Estar inconformado com a situação atual: É preciso existir no cliente o sentimento de inconformidade, de que aquela forma de viver já não lhe serve mais.

Um tratamento nesse nível não é uma tarefa fácil, haverá desafios, gatilhos emocionais e comportamentais, pessoas desacreditando, recaídas e para isso ser suportado é preciso ter muita clareza de que quer mudar, o porquê e como fará. Todas essas questões irão surgir a partir da inconformidade.

  • Ressignificar: É preciso ressignificar os gatilhos que causam a procura pela bebida, sejam lugares ou companhias. Neste momento, começar a acreditar em si mesmo e no processo também serão grandes aliados, evitando reforçar crenças negativas.
  • Melhorar os hábitos que fortalecem a resiliência emocional: Quando tiramos os gatilhos que atrapalham nossos resultados, precisamos de outros hábitos que ocupem os antigos, como melhorias na nossa forma de viver atual, seja um sono regulado, um esporte, um job, um lazer longe de bebidas, ou seja, hábitos que fortalecem a saúde mental para que não precise recorrer aos vícios.
Artigo publicado em:
30/04/2023
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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