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Esse conteúdo é para você que está sempre colocando sonhos e planos no papel, mas sofre para tirar eles de lá. Aprenda como vencer a procrastinação para ter mais controle sobre seu tempo e fazer o que você deseja, afastando aquela sensação terrível de estar assistindo a vida passar diante dos seus olhos!
Não há como vencer a procrastinação sem conhecer melhor o nosso rival. Todo mundo sabe quando está procrastinando, mas é importante colocar esse sentimento em palavras para ter clareza sobre ele.
Procrastinar é uma sensação.
Ela surge quando você sabe que deveria ter feito algo, mas ainda não se dedicou à tarefa, e começa a ser “consumido” por esse atraso.
Sentir que procrastina é, de certa forma, ter uma noção falsa sobre a realidade. Você faz planos considerando um mundo ideal - sem interrupções ou imprevistos, e uma versão ideal de si mesmo - focada, ágil, precisa.
Na hora de executar, nada disso existe, e temos apenas o real - um mundo com distrações, cansaço, fome, pedidos de favores, preocupações, noites mal dormidas, surpresas do dia a dia, emoções negativas e todos os outros obstáculos no caminho da produtividade.
Todas as pessoas, das mais improdutivas às mais bem sucedidas, tem algo para fazer amanhã. Pode ser o trabalho, um exame, levar o carro na oficina, ir à igreja, passar tempo com os filhos ou descansar, sempre haverá algo que não cabe em nossas 24 horas.
Quem não procrastina não está fazendo milhões de coisas todos os dias, mas está dividindo seu tempo entre as coisas certas, e se preparando com base no mundo real. Essas pessoas entendem que andar com passos bem planejados é sempre melhor do que correr sem direção.
Elas não tem medo de aceitar os desafios e as necessidades da própria vida, como tomar um café de manhã ou parar depois do almoço. Esses momentos fazem parte dos planos, e por isso nunca são imprevistos.
“Acredita-se [...] que um procrastinador seja altamente autocrítico devido às grandes expectativas que têm para a conclusão de uma tarefa específica e o que os outros dirão sobre ela. Isso faz com que tal indivíduo nem sequer comece.”
Olubusayo Asikhia, doutora em Psicologia Educacional
A procrastinação muitas vezes é fruto direto da insegurança. Temos medo de ir mal numa tarefa, e por isso nem começamos. Quanto mais o tempo passa, mais a insegurança aumenta - cada adiamento anterior nos trouxe um conforto imediato, que vamos buscar novamente.
Os adiamentos também nos aproximam da culpa. Não fiz o que devia, então sou preguiçoso, incapaz, procrastinador. A sensação é ruim, e para escapar dela vamos buscar distrações: jogos, redes sociais, outras atividades para silenciar os pensamentos que nos fazem mal. Satisfazendo esse desejo, perdemos ainda mais tempo, nos sentimos ainda mais culpados, e criamos um ciclo interminável de cobranças que - assim como os trabalhos procrastinados - nunca chegam ao fim.
Quebrar este ciclo requer pequenas vitórias, uma conquista hoje para nos dar segurança amanhã. Dessa forma estaremos construindo um novo ciclo, na direção oposta: confiança que gera resultados melhores, resultados que geram mais confiança.
As pessoas tem relações diferentes com esse processo, e reconhecer a sua é fundamental para entender como vencer a procrastinação.
O primeiro nível é o de quem não se percebe como procrastinador. Talvez a pessoa nem sequer conheça o termo ou o significado, e apenas repete o ciclo de adiamentos, culpa e insegurança. Ela precisa lidar todos os dias com tais sentimentos, mas não faz ideia do porque.
O segundo é o das pessoas que já notaram a procrastinação, mas ainda não entendem muito bem como poderiam mudar. Sua primeira opção quase sempre é a força de vontade, para se obrigar a agir. Costuma dar certo - por alguns dias, e não mais do que isso. Em alguns casos, esse grupo já “cansou de começar”, e sente que só resta aceitar a vida atual, deixando os sonhos guardados numa caixinha para quando as coisas mudarem.
O último grupo é o de quem percebeu os erros e busca transformação, mas ainda não chegou lá. Essas pessoas estão a poucos passos de descobrir como vencer a procrastinação e chegar na relação que desejam ter com o próprio tempo.
Quem ainda vive no primeiro nível precisa de clareza para se reconhecer como procrastinador - mas se você já está buscando informações sobre o assunto, é improvável que faça parte desse grupo.
No segundo nível, é preciso entender que forçar os seus limites sem um plano adequado só vai gerar insatisfação, além de problemas como estresse, ansiedade ou Burnout. Todos nós podemos ir mais longe, porém existem métodos para fazer isso com saúde e segurança, sem trocar um problema por outro.
Estes métodos são aplicados por quem faz parte do terceiro grupo, e já entendeu que pode aproveitar os dias perfeitos, sem depender deles para seguir em frente. É ótimo quando tudo dá certo, você tem foco e motivação para fazer 25 tarefas e avançar rápido, mas esse dia não é a regra.
Vamos lá aprender mais sobre quais métodos são esses, e como vencer a procrastinação desenvolvendo a mentalidade para se planejar sem ilusões, tirando o máximo dos seus dias e mantendo a confiança em si mesmo?
Esse é um planejamento para a sua rotina de base, as atividades que serão feitas mesmo nos dias onde você não estiver muito bem, e se distrair com mais facilidade.
Ele começa pelo entendimento de que existem quatro formas de ocupar o nosso tempo: as tarefas circunstanciais, tarefas importantes e tarefas urgentes, além dos imprevistos.
Ela consome o seu tempo, sem aparentar qualquer tipo de retorno. Descansar e se divertir não são tarefas circunstanciais, afinal as pausas podem ser sua garantia de mais foco e performance no que importa.
Os exemplos mais evidentes são jogos, vídeos e redes sociais, para onde corremos quando nos sentimos entediados. Se proibir isso funcionasse, você já teria deixado de procrastinar, então pode ser o momento de tentar uma nova abordagem.
Uma regra simples é aguardar por dois minutos, quando sentir vontade de começar uma tarefa circunstancial. Bateu o desejo de olhar o Instagram ou abrir um joguinho? Espere dois minutos. Esse tempo inicial é um exercício de autocontrole, para você se acostumar a dizer não a essas tarefas. Será mais fácil, por ser um “não” de dois minutos, que depois você pode estender para 5 ou 10.
Além disso, conforme esperamos para começar, tendemos a permanecer mais conscientes durante a distração - assim é possível satisfazer o desejo em alguns minutos, ao invés de se perceber horas depois repetindo a mesma ação sem sentido.
Você também pode planejar as tarefas circunstanciais e reservar tempo para elas, separando seus momentos de baixa energia, por exemplo. Nesse caso, é válido definir um alarme para lembrar que chegou a hora de parar.
Tarefas importantes são aquelas que nos fazem bem, como passar tempo com a família ou estudar algo interessante, e também as que precisam ser feitas, como finalizar os trabalhos e pagar uma conta antes do vencimento.
Antes de encontrar tempo para cada uma, é importante ver o quadro geral e listar todas as suas tarefas importantes. Use uma escala diária, semanal e mensal - escreva o que precisa ser feito todos os dias, ou num ciclo maior.
Com isso em mente, distribua as atividades ao longo dos seus dias, com calma. Para as tarefas diárias, comece por pequenos hábitos de 5 a 10 minutos, aumentando com o tempo. Para o que é semanal ou mensal, escolha apenas um item por dia, e avance com tranquilidade.
Uma tarefa urgente costuma ser uma tarefa importante que não foi realizada quando havia tempo de sobra, e agora o prazo está quase terminando. Ela é consequência direta de um planejamento mal feito.
Se você recebeu um trabalho na semana passada, para entregar hoje, ele foi uma tarefa importante por vários dias. Se o trabalho ainda não foi feito, hoje ele já se tornou uma tarefa urgente.
O último tipo de compromisso é o imprevisto. Ele também pode ser visto como uma categoria dentro das tarefas urgentes. São coisas que surgem, e não poderíamos ter antecipado, como um problema de saúde ou um novo cliente que paga bem mas quer entregas rápidas.
A vantagem de planejar um dia normal, e não ideal, é reservar tempo para os seus imprevistos. Por definição, você não sabe o que pode acontecer, mas é quase certo que algo vai acontecer. Em outras palavras, podemos prever que haverá algum tipo de imprevisto.
Fazer isso é simples: se você tem oito horas por dia para lidar com as suas tarefas importantes, considere que o dia normal tem apenas quatro. Planejar a metade do seu tempo reserva espaço para lidar com os imprevistos sem estresse ou pressão - basta encaixá-los nos momentos que sobram.
Caso você finalize as tarefas de um dia usando apenas a metade do tempo, aproveite o restante para descansar, se divertir ou antecipar algo que está agendado para amanhã, criando um ciclo contrário à procrastinação.
Esse é um sistema para estar sempre em vantagem: você ganha quando tudo vai bem, e ganha quando algo foge dos seus planos.
Planeje também cada área da vida, alternando períodos de equilíbrio e de maior dedicação a uma área. O seu planejamento de saúde pode ter uma consulta e alguns exames a cada seis meses, por exemplo, assim como você pode fazer exercícios três vezes por semana, e não todos os dias.
Equilíbrio não significa dividir cada dia para todas as áreas, mas garantir que todas elas estão avançando no médio e longo prazo. Pense no que pode fazer em um ano, ou cinco, e não apenas em um único dia.
Os dias tem 24 horas para todo mundo, por isso todos nós deixamos algo para amanhã. Procrastinar não é aceitar isso planejar tarefas para o dia seguinte, mas repetir várias vezes que irá fazer algo, e nunca fazer.
Deixar de procrastinar não é ter controle sobre cada hora, mas ter controle sobre a sua vida.
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Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.
