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Como vencer vícios e compulsões: Um caminho possível!

O que fazer nesses casos? Como vencer vícios e compulsões, que nasceram de um comportamento simples mas tomaram conta da vida?

A busca por prazer, ou por maneiras para lidar com o seu desconforto mental, é algo inato do ser humano - e até certo ponto, não há nada de errado nisso.

O problema é quando, indo além desse ponto, a busca por prazer ou alívio começa a afetar a qualidade de vida da pessoa. O que fazer nesses casos? Como vencer vícios e compulsões, que nasceram de um comportamento simples mas tomaram conta da vida?

São questões complexas, e não existe uma fórmula perfeita - mas é possível derrotar esse desafio, afinal em toda parte vemos pessoas que conseguiram!

Quem sofre com os problemas vai precisar de recursos internos para ganhar independência; quem está ao redor precisa oferecer apoio e compreensão. Para os dois, o primeiro passo é entender melhor o que está acontecendo, pois não há como vencer vícios e compulsões de forma permanente sem conhecer o seu funcionamento.

Como vencer vícios e compulsões: O primeiro passo

Antes de tudo, precisamos diferenciar vícios e compulsões.

Existem algumas semelhanças entre os dois; ambos são considerados transtornos ou sintomas de transtorno mental, e fazem a pessoa agir contra seus próprios desejos conscientes. Você verá que a linha entre eles é muito fina, e na prática muitas vezes não há uma diferença visível entre os comportamentos adictos e compulsórios.

Compulsões

As compulsões consistem em ações ritualísticas com o objetivo de amenizar a ansiedade que a pessoa está sentido, porém o seu efeito é de pouca duração, fazendo com que o comportamento se repita.

Um exemplo comum é a compulsão alimentar, na qual a pessoa come mais do que gostaria, mesmo sem estar com fome. Outras compulsões bem conhecidas são as compras e a acumulação de itens que não tem valor econômico ou emocional.

As duas principais características de um comportamento compulsório são repetição excessiva e atividade mental sem sentido. Essa falta de sentido significa que a pessoa cria atividades sem lógica para obter o que se espera, como diminuir a ansiedade através da comida, por exemplo.

Pessoas que têm comportamentos compulsivos, não fazem isso porque querem, mas porque sentem que precisam fazer. É uma necessidade de realizar o comportamento para, assim, lidar com o seu desconforto psíquico.

Esses comportamentos podem gerar impactos na qualidade de vida das pessoas que sofrem com eles, podendo levar a mudanças no corpo, endividamento, atrasos e um nível de ansiedade cada vez maior, que exige rituais cada vez mais complexos para ser amenizado. Nesse caso, não basta comer, por exemplo, talvez seja preciso comer um alimento específico no horário certo.

É importante compreender que todos nós sentimos algumas compulsões em nossas vidas, mas desde que elas não causem efeitos como os que citamos, não exigem diagnóstico ou intervenção. Tudo bem gostar das coisas mais arrumadas, ou acumular itens de uma coleção, por exemplo, contanto que isso não afete sua rotina, saúde ou relacionamentos.

Quando isso acontece, a compulsão é vista como um sintoma do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), transtorno alimentar, entre outros, por isso devemos sempre estar atentos para como essas ações nos afetam, e como se apresentam em nossa vida.

Se elas estão gerando muito estresse e ansiedade - você não consegue pensar em outra coisa até arrumar seu quarto, por exemplo - é preciso entendê-las como um sinal para buscar ajuda.

Vícios

O vício também é marcado por comportamentos repetitivos e falta de controle sobre o que estamos fazendo. Em alguns casos, a compulsão é vista como uma área dos vícios, que formam uma categoria mais ampla.

O comportamento do adicto (a pessoa com vícios) costuma ter impactos ainda mais evidentes, sobretudo quando envolve o abuso de substâncias químicas. Mesmo quando não estamos falando sobre álcool e drogas, no entanto, o vício ainda tem consequências sérias.

  • O vício em apostas pode levar ao endividamento, perda de bens e envolvimento com agiotas;
  • O vício em jogos, redes sociais e outros elementos eletrônicos afasta as pessoas dos estudos e trabalho, atrasando sua vida;
  • O vício em pornografia afeta os relacionamentos amorosos e a performance sexual.

Estes são exemplos específicos, e como um todo o vício leva ao isolamento social (ou convívio quase exclusivo com outras pessoas que compartilham a dependência), abandono de outras atividades prazerosas e adoecimento, já que a pessoa costuma se tornar sedentária, descuidar da alimentação e perder noites de sono.

Tudo isso ocorre porque o descontrole do vício é mais intenso, afetando todas as áreas da vida. A compulsão alimentar, por exemplo, pode afetar o peso e a saúde, mas dificilmente levaria alguém a deixar o emprego para comer cada vez mais - algo visível quando há um vício.

Tenha em mente que, apesar do ato compulsório ou adicto trazerem um prazer instantâneo, a pessoa não age dessa maneira por achar que seu comportamento é bom ou correto. 

Essa atitude foge do controle consciente, e pode ter várias origens. Uma das explicações mais aceitas pelos neurocientistas é que a área responsável pela compensação do prazer no cérebro foi danificada, ou veio com uma malformação.

Outra explicação, de aspecto psicológico, nos alerta que o vício pode instalar-se em um momento de insegurança e vulnerabilidade, como por exemplo, durante a pandemia e a ausência de interações sociais; bem como após uma demissão ou num processo de luto, por exemplo.

Como vencer vícios e compulsões: 6 caminhos possíveis

Na prática, além de buscar tratamento especializado e multidisciplinar - com terapia, psiquiatria, grupos de apoio e outras ferramentas do tipo - existem algumas atitudes que pessoas normais como eu e você podemos tomar, ou ensinar aos nossos conhecidos que estão lutando para descobrir como vencer vícios e compulsões.

Confira também: Como superar um vício? Uma estratégia em 3 etapas

1. Tudo começa pelo autoconhecimento

Busca por autoconhecimento é o começo de tudo, pois vícios e compulsões ocorrem de forma diferente na cabeça de cada pessoa. Talvez o problema seja o sentimento de solidão, talvez seja a raiva, ou a culpa por algum elemento do passado.

Existem várias possibilidades, e só quem está passando pela situação vai saber o que acontece. No Movimento Transformacional, nós entendemos que cada pessoa é a maior especialista do mundo em si mesma, por isso o autoconhecimento é tão importante.

Podemos fazer isso a partir de terapias, acompanhamento psicológico ou práticas alternativas como a meditação. O importante é ter um aumento de consciência e desenvolver o autoconhecimento para expressar o que está sentindo, e como isso provoca as ações indesejadas.

2. Dê atenção aos gatilhos

Certos comportamentos compulsivos são ativados por gatilhos, ou seja, fatores determinantes para a repetição desse ato. Quando nos atentamos para os gatilhos, podemos buscar maneiras de controlar a sua ativação.

Talvez você fuma sempre que está num intervalo do trabalho, ou bebe demais quando assiste o seu time jogar, por exemplo. O que pode ser feito para ter mais controle nesses momentos? Entenda que os vícios são hábitos negativos, alimentados por um ciclo.

Confira também: Como construir bons hábitos: Os 5 passos da Neurociência!

O controle prático é importante, mas saiba que evitar os gatilhos não deve nos impedir de lidar com as questões internas que sustentaram os vícios. Use esse recurso para amenizar as consequências imediatas, mas não deixe de olhar mais a fundo para o que está acontecendo.

3. Busque outras formas de vivenciar o prazer

Como sabemos, vício e compulsão estão ligados a ganho de prazer, por isso, ao buscarmos formas saudáveis de obtê-lo, vamos “acalmar” a área do cérebro responsável por processar o prazer.

Isso vai ajudar, principalmente, as pessoas que estão lidando com um comportamento compulsivo de menor intensidade e sem dependência química, pois quebra o ciclo de ansiedade ou estresse. As atitudes com os melhores resultados costumam envolver a produção artística, hábitos manuais e exposição à natureza.

4. Evite sentir-se culpado

É normal nos sentirmos culpados depois de observar os danos dos comportamentos compulsivos ou do vícios, ou ao ter uma recaída, porém esse sentimento é um grande potencializador do desconforto que provoca a compulsão.

Sendo assim, a culpa vai se tornar mais um elemento no círculo vicioso - você irá buscar formas de aliviar a culpa, e certamente irá recorrer ao estímulo mais fácil, que é o próprio vício ou compulsão. Uma ótima maneira de lidar com este sentimento é conversando com pessoas que estão passando pela mesma situação e entendendo os desafios como algo coletivo.

Sempre que possível, também é interessante se afastar de pessoas que estão sempre lhe culpando, mas nunca se dispõem a ajudar na superação do vício. Se você é amigo ou familiar de alguém adicto ou compulsivo, tome muito cuidado com esse aspecto do problema para não alimentá-lo!

5. Entenda o seu processo

O processo de superação de um vício vai demandar uma grande energia de cada pessoa; e precisamos entendê-lo como um momento de grande vulnerabilidade. Para lidar com as cobranças (externas e internas), além das frustrações, é necessário vivenciar cada passo como uma grande vitória.

Saiba que podem haver momentos mais difíceis, e a conquista de um dia terá que ser reforçada no outro, mas caso você saia dos trilhos isso não significa que o progresso foi perdido. Recomece de onde parou, com foco no próximo passo!

6. Construa uma rede de apoio

Desafios como vencer vícios e compulsões se tornam muito mais fáceis quando existe um apoio verdadeiro das pessoas ao redor.

Se você está passando por essa situação, aceita a ajuda de cada pessoa que demonstrar compreensão e empatia - mesmo se for um primo mais distante ou um colega de trabalho. Os relacionamentos são um recurso de grande importância, e vão contribuir para a sua recuperação.

Caso você tenha um amigo ou familiar lutando contra vícios e compulsões, entenda que apoio não é dizer “você está errado, é um doente e precisa se tratar”. Essa rejeição aumenta o peso de emoções negativas, que já estão causando o problema.

Ofereça um apoio verdadeiro - participe no mundo da outra pessoa, convide ela para fazer algo divertido e acompanhe o tratamento, indo com ela ao terapeuta ou ao grupo de apoio, por exemplo.

Tenha em mente que uma das maiores dores para quem não sabe como vencer vícios e compulsões é a solidão, a ideia de que “eu estou lutando contra isso”, e se você pode transformar esse pensamento em “nós estamos lutando contra isso” estará ajudando muito na recuperação!

Artigo publicado em:
31/03/2022
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Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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