Não há nada mais gratificante do que viver em um ambiente que nos oferece uma relação saudável e agradável com as pessoas ao nosso redor, principalmente quando passamos muito tempo nesse local, seja no trabalho ou em casa.
Já quando convivemos com brigas, agressões físicas e verbais constantes em nosso lar, perdemos a paz no lugar mais importante. Infelizmente, há um número incontável de pessoas nessas situações, pensando em como lidar com familiares tóxicos.
A boa notícia é que existem maneiras de “consertar” essas relações, e mesmo quando elas parecem não ter jeito, ainda podemos deixar as relações tóxicas para trás, construir um novo modelo de vida e nos tornar independentes para buscar a própria felicidade.
Isso vai exigir muita maturidade, e o caminho vai demandar escolhas difíceis, mas necessárias para chegar ao final.
Não é porque você brigou com alguém, ou está atravessando um período difícil na relação, que a outra pessoa é tóxica. Nós entendemos que as pessoas se encaixam na definição de familiares tóxicos quando estão impedindo a outra pessoa de crescer e tomar decisões sobre a própria vida.
As relações mais comuns são:
As relações com familiares tóxicos podem se dar em diversos níveis, e é normal que dentro de uma família aconteçam momentos bons e ruins. Pensar a família como um espaço que só vai despertar sentimentos agradáveis é uma completa idealização. O que vai diferenciar uma família saudável de uma disfuncional é como ela está lidando com as suas contradições e conflitos.
Na família disfuncional, uma ou mais pessoas simplesmente ficam limitadas enquanto indivíduos. Elas sofrem para manter relações dentro e fora da família, estudar, trabalhar e buscar seus sonhos, tudo porque a família consome as suas energias.
Quando essas relações se tornam abertamente violentas, é fundamental buscar todo tipo de ajuda possível para se libertar. Existem, no entanto, milhões de situações onde a pessoa é capaz de escapar sozinha daquele relacionamento, ou até fazer com que ele se torne saudável, se este for o seu desejo, e nos dois casos a mudança das próprias atitudes é o caminho mais seguro para avançar.
Veja bem: não estamos afirmando que a outra pessoa vem agindo de modo correto, nem que você precisa aceitar as atitudes dela, ou manter-se por perto se isso te faz mal. O que estamos dizendo é que você deve concentrar todas as suas energias nas únicas coisas que pode controlar: seus pensamentos e suas ações.
Em relações com familiares tóxicos é muito comum ouvir a pessoa que está sendo influenciada de modo negativo afirmar que a outra não respeita seus limites, pois está sempre tentando controlar sua vida.
Quando isso acontece, é sempre importante se questionar: você está respeitando os seus próprios limites? Você sequer reconhece quais limites são esses, e quando eles são cruzados? E o que faz a respeito?
A maioria das pessoas é capaz de entender que sua liberdade está sendo obstruída por familiares tóxicos, e reclamar sobre isso, mas poucas estão - de fato - agindo para respeitar o próprio espaço.
Essa é uma dinâmica comum entre pais e filhos: o adolescente, ou jovem adulto, sente que sua família não o respeita de fato como um adulto, mas não constrói a própria autonomia para ser visto dessa maneira pelo mundo.
Algumas pessoas chegam aos 25, 30, 35 anos, com inteligência e boa saúde, mas ainda dependem dos pais até para fazer um lanche no fim de semana, e raramente dedicam seu tempo para mudar essa situação.
Não é errado, por si só, tornar-se adulto e continuar vivendo com seus pais se a relação for saudável, mas você precisa construir a própria independência. Essa questão não é apenas financeira, é de maturidade: se você já é adulto há alguns anos e seus pais ainda não te veem assim, eles provavelmente nunca irão ver, a menos que você mostre com todas as provas possíveis.
Tenha em mente que, ao afirmar-se dependente dos familiares tóxicos você está dando o poder da sua vida para eles, e tirando de si mesmo. Mesmo que a sua família pague as suas contas, você não depende dela para buscar algo a mais. Pense na sua situação atual dessa forma - uma situação - entendendo que você não depende dos outros para agir, e pode mudar a partir de agora.
Para isso será preciso expandir a sua visão, que hoje não tem possibilidades além da dependência. Tudo bem ter pensado assim, isso pode até ser consequência das relações tóxicas, mas esse é o momento de tomar consciência: existem outros caminhos.
Quem tiver interesse pode conferir neste vídeo algumas ideias para construir a sua independência financeira, que dará a base para ser independente nas futuras decisões.
Fortalecer o seu mundo interior para enfrentar o mundo exterior é o primeiro passo. Entenda que você não é um reflexo de quem está ao seu redor, e é possível reagir com emoções diferentes às ações das outras pessoas.
Sempre que nós dizemos “eu estou assim por que ele/ela fez isso” estamos dando poder aos familiares tóxicos; o poder de nos afetar e controlar as nossas emoções. É hora de recuperar esse poder, entendendo que o comportamento do outro não precisa determinar o seu.
O autoconhecimento tem um papel crucial nessa jornada, pois saber quem você é te dá maturidade para lidar com o mundo externo e se machucar muito menos - o que os outros dizem sobre você tem menos importância, pois você sabe que nada disso representa o seu interior.
Por outro lado, quando você não sabe quem é com clareza, as falas e ações de familiares tóxicos alcançam um lugar mais fundo na sua consciência - elas fazem você questionar se aquilo é verdade.
Com isso em mente, é hora de pensar em como você vai agir diante das pessoas e relações que estão impactando sua vida de formas negativas. Antes de mais nada, será preciso ter um olhar empático sobre o mundo, entendendo que tanto você quanto a outra pessoa precisam melhorar em diversos aspectos, e mesmo que ela não esteja disposta a isso, você não depende dela para estar.
Tenha em mente que empatia não é pena, nem é concordar com a outra pessoa, mas entender que ela age com base no próprio mundo interno, nos próprios pensamentos e emoções, e não com base no que você espera.
Essa é uma visão que pode diminuir o sofrimento, pois mesmo não corrigindo as atitudes de alguém, impede que as suas expectativas sejam quebradas por essa pessoa.
Você pode, inclusive, oferecer ajuda para que a outra pessoa amadureça e pare de machucar quem está ao redor dela, mas não é sua obrigação.
Faça isso se estiver confortável em agir dessa maneira, e se a outra pessoa demonstrar interesse em mudar. Lutar para que alguém mude, se a outra pessoa não está disposta a isso, é o esforço mais pesado que alguém pode fazer, e ao mesmo tempo é o mais desperdiçado.
A sua energia seria muito mais proveitosa sendo aplicada na melhoria da própria vida, e das pessoas que desejam receber ajuda. Você ainda pode estar à disposição dessa outra pessoa, se quiser, mas só quando ela apresentar algum sinal de mudança.
Tem muita gente no mundo querendo ajuda e esperando para receber amor, e a nossa vida tem um tempo limitado aqui na Terra. Por que não entregar o seu tempo para quem está disposto a valorizá-lo?
O primeiro passo nessa direção é buscar o seu espaço, e sim, talvez seja preciso se afastar.
Entenda isso como uma forma de amadurecer a sua identidade, compreendendo o próprio valor ao estar mais longe daquela pessoa tóxica, e também uma forma de permitir que a outra pessoa amadureça ao ter que lidar com as próprias questões emocionais sem despejá-las em você.
Na relação atual, nenhum dos dois está conseguindo evoluir, pois uma dependência foi construída entre ambos, e um dos lados precisa quebrar a relação para quebrar a dependência.
Quando o afastamento físico não é possível, se afaste emocionalmente. Isso significa que, apesar de estar convivendo na mesma casa, você vai buscar novas referências para ampliar sua visão de mundo e ocupar a sua mente com estímulos positivos.
Participe de grupos, presenciais ou virtuais, onde as pessoas estejam alimentando umas às outras com amizade, fortalecimento e coragem. Dessa forma será mais fácil perceber o seu valor individual, encontrar formas de se libertar (emocional ou financeiramente) da relação e viver em paz.
O Movimento Transformacional é um exemplo disso, e as portas estão abertas para te receber em nossa comunidade com mais de 3.500 pessoas!
Entenda que se afastar, de forma física ou emocional, não significa abandonar a outra pessoa. O amor que você sente por ela continua a existir, mas é preciso abandonar a relação para construir algo novo.
Em ambos os casos, quanto mais tempo você espera para resolver a situação, mais dependente se torna. Quanto mais rápido agir, mais cedo será possível ter um relacionamento verdadeiro, com respeito e amor entre duas pessoas que estão próximas pelo desejo de estar, e não por qualquer título de parentesco ou necessidade problemática que esteja sustentando a relação agora!