Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que sabe identificar com mais facilidade suas emoções, e, por conseguinte, possui maior controle sobre elas.
Imagine que você esteja tendo um dia difícil: seu filho ficou em casa doente, cuidado pela avó, e você não poderia deixar de faltar a uma reunião importante. Você foi ao seu emprego, conseguiu apresentar sua proposta aos clientes com uma grande performance e dentro do planejado, e quando pode chegar em casa voltou a concentrar sua mente no seu filho.
Pois bem, isso que acabei de citar é um dos exemplos do que chamamos de Inteligência Emocional. Ela permite enfrentar as situações da vida, sem que as emoções governem o nosso modo de agir.
Ao contrário do que muitos pensam, a Inteligência Emocional não se trata de uma habilidade inata do ser humano, logo pode ser desenvolvida por todos. Hoje podemos dizer que ela é uma habilidade necessária, pois, quando desenvolvida contribui em diversos aspectos da vida: familiar, financeiro, trabalho, amoroso, social e etc.
Embora existam características que são fixas do nosso temperamento e personalidade, muitos circuitos cerebrais são mutáveis e podem ser treinados, contribuindo para uma maior Inteligência Emocional, como veremos a seguir.
Dentro da psicologia, a Inteligência Emocional é um termo utilizado para designar o conjunto de emoções e a capacidade que o ser humano tem de lidar com elas, sejam pessoais ou envolvendo outros indivíduos.
Um sujeito com um bom controle emocional consegue perceber e expor sua emoção, compreendê-la e raciocinar rapidamente, além de saber expressá-la e entender o lado do outro.
Os primeiros estudos relacionados a esse tema surgem por volta do século XIX com o termo “expressão da emoção” pelo cientista Charles Darwin, que em seus estudos se atenta a entender como funcionava o instinto de sobrevivência e a adaptação que conhecemos até hoje.
Ademais, autores como Howard Gardner - pioneiro na busca da compreensão de sentimentos, motivações e medos, Stanley Greenspan (psiquiatra infantil) e Peter Salovey e John D. Mayer - foram nomes que marcaram os estudos relacionados ao tema. Estes últimos foram os primeiros a utilizar o termo, em 1990, entretanto, o assunto só foi popularizado anos depois.
Psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, Daniel Goleman foi quem divulgou o conceito de Inteligência Emocional, num livro de mesmo nome. Embora não tenha sido oficializado até hoje na academia, ele é um termo muito conhecido e explorado não só pela psicologia em si, mas por todas as áreas que investigam o comportamento humano.
No livro “Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, Goleman aborda diversos conceitos de inteligência, fazendo fronteira entre a psicologia e neurociência dando origem ao que ele chama de duas mentes – a racional e a emocional – que trabalhando juntas possuem a capacidade de moldar nosso destino.
A linguagem usada por ele é muito acessível ao público em geral, facilitando a compreensão, e a leitura do livro vale muito a pena para quem deseja se aprofundar no tema.
Autoconhecimento: Somos seres dotados de emoção; portanto, faz-se necessária a habilidade de ouvir e reconhecer nossos sinais para entender essas emoções enquanto elas acontecem. Uma pessoa com um bom autoconhecimento também sabe ser honesta consigo e com as outras pessoas.
Obter um alto nível de autoconhecimento requer exercício diário, por isso, sempre ao acordar tire um tempo para a auto reflexão. Ademais, invista em exercícios como meditação, escritas de sentimentos, atividade física, e até mesmo um momento de reflexão coletiva, pois outras pessoas podem ter emoções semelhantes, e isso ajuda a entender nosso próprio interior.
Controle emocional: Além de reconhecer nossos sentimentos, precisamos aprender a lidar com eles. Quem não possui essa competência está fadado ao descontrole da própria vida.
Através do controle emocional, você percebe que não precisa explodir e gritar quando está com raiva, ou sair correndo quando sente medo, por exemplo. Ele permite escolher nossa forma de agir, mesmo quando estamos vivendo emoções fortes.
Automotivação: A motivação atua como uma força motora que nos leva em direção aos nossos sonhos. Se sua meta é uma promoção no trabalho, pensar na melhor forma de gerir esse sentimento a fim de tomar decisões assertivas para se aproximar dessa meta é um exemplo de automotivação.
A automotivação se complementa com a ação, logo, não basta só abusar da positividade. Pessoas comprometidas e motivadas estão sempre um passo à frente na busca de suas realizações, desde que estejam agindo.
Empatia: Ser empático é saber se colocar no lugar do outro. As pessoas ao nosso redor também possuem emoções e aprender a respeitá-las é um pilar importante na Inteligência Emocional.
Uma vez que a Inteligência Emocional é definida como a capacidade de entender seus sentimentos e o do outro, a empatia é a prova prática de que você está no caminho certo.
Não basta falar que compreende as pessoas do seu convívio, mas obrigar ela a ser de outras formas - é preciso mostrar, com atitudes, que você entende os pensamentos e emoções dela.
Desenvolver habilidades sociais: Vivemos em sociedade, logo, as interações sociais são o pilar para aprender a lidar com o sentimento do outro.
Convivemos diariamente, em diversos contextos, com pessoas de diferentes dinâmicas e personalidades. Desenvolver a capacidade de lidar da melhor forma com cada uma é um pilar importante na Inteligência Emocional.
Sempre vão haver crises, conflitos e obstáculos, mas a forma como você lida e contribui para a resolução deles é que fará a diferença na sua relação com outras pessoas.
Muitas são as vantagens que cercam a Inteligência Emocional, como por exemplo:
A Inteligência Emocional é uma virtude que pode ser adquirida independente da idade ou do temperamento.
Uma boa Inteligência Emocional pode impactar a vida de quem a busca, pois promove maior gestão de sentimentos e emoções, nos proporcionando autoconhecimento, autoestima, e a capacidade de tomar decisões mais assertivas.
A Inteligência Emocional não possui relação direta com a inteligência que comumente estabelecemos como única - aquela que nos ajuda a ir bem nas provas. A própria ideia de inteligência pode abranger diferentes capacidades cotidianas, como escutar e controlar suas emoções.
Você pode aprender um pouco mais sobre isso no artigo: Afinal, o que é ser inteligente?
Se quiser descobrir alguns caminhos para fortalecer a sua Inteligência Emocional, confira também: Como desenvolver Inteligência Emocional - o segredo para viver dias melhores.