o que e dependência emocional

O que é Dependência Emocional: Tipos, Causas e Sintomas

Investigamos o que é dependência emocional, suas formas e causas, para que você possa se libertar ou ajudar as pessoas ao seu redor a ter uma vida independente, construindo ótimos relacionamentos consigo mesmo e com quem você ama!

Você sabia que existem vários tipos de dependência emocional, e alguns deles até se complementam? Isso significa que algumas pessoas com um tipo de dependência vão atrair e ser atraídas por um outro tipo, criando um relacionamento abusivo que impede o desenvolvimento dos dois.

Nesse artigo, investigamos o que é dependência emocional, suas formas e causas, para que você possa se libertar ou ajudar as pessoas ao seu redor a ter uma vida independente, construindo ótimos relacionamentos consigo mesmo e com quem você ama!

O que é dependência emocional

Podemos definir o que é dependência emocional como um relacionamento onde uma pessoa vive em função da outra, para agradá-la, evitar conflitos e manter a proximidade. O modelo mais conhecido é o dos casais, mas existem outros sistemas de dependência emocional, como amizades e relações entre pais e filhos.

Tipos de dependência emocional

Existem ao menos quatro grandes tipos, ou perfis que nos ajudam a entender o que é dependência emocional. Cada grupo tem sua própria visão de mundo, que orienta sua forma de agir para se sentir melhor com as próprias emoções.

Narcisista

Pode parecer estranho encaixar o narcisismo nessa categoria, mas não há como negar que essa é uma forma de dependência emocional, pois quem é narcisista depende de inferiorizar o outro para se sentir melhor.

A pessoa não sente o próprio valor, não admira o que tem dentro de si mesma, e ao invés de encontrar formas para sair do buraco emocional onde ela vive, seu objetivo é arrastar todos para lá.

O perfil narcisista pode sentir um prazer imediato quando faz isso, mas no fim das contas sabe que sua vida não melhora em nada. Ele acumula raiva e frustrações, por acreditar que o mundo lhe deve algo que nunca chegou.

Quem pensa dessa forma precisa encontrar o próprio caminho e se desenvolver, pois seu modo de vida atual está prendendo a si mesmo e criando prisões nas quais outras pessoas também podem entrar.

O perfil narcisista é um dos mais comuns nos relacionamentos abusivos, sendo “complementado” pelo tipo que veremos em seguida.

Vitimista

Este é o perfil de quem sempre se vê como a parte inferior das relações, e é quase um sinônimo do que é dependência emocional. Não importa se é nos namoros, na família ou no trabalho, ela sente-se incapaz de estabelecer os próprios limites emocionais, ou de levantar e ir embora quando eles são ultrapassados.

Enquanto o narcisista vive cobrando uma dívida com o mundo, o vitimista espera que o mundo traga sua liberdade como um presente. Essa pessoa aguarda a outra mudar, não importa quantos anos se passem, e mesmo quando está sofrendo, não leva suas próprias mudanças até o final.

Os dois perfis se complementam porque um precisa “sugar” energia emocional, e o outro está disposto a dar toda sua energia sem muita resistência. Ambos são pessoas sem autoestima e confiança própria. Quando você possui essas características, não precisa colocar o outro numa posição inferior, e também não deixa ninguém colocar você lá.

O narcisista não é capaz de “crescer” em cima de quem está bem consigo mesmo. Se ele faz um comentário para te atacar, você ri e vai embora, sabendo que aquilo não afeta a sua vida.

Quebrando a lógica narcisista-vitimista

Se você está se relacionando com um perfil narcisista, e espera essa pessoa mudar, é hora de trocar os planos. A melhor forma de resolver a situação é cultivar o seu amor próprio e desenvolver o seu valor, aprendendo coisas novas e construindo a vida que deseja.

Talvez você esteja pensando que já se ama o bastante e conhece todo o seu valor, mas a outra pessoa não é capaz de ver isso - ela é o problema. Nesse caso, é importante falar com sinceridade: se você permite que uma pessoa ataque as suas emoções e faça você sentir que é inferior, a sua autoestima ainda não está desenvolvida por completo.

Quem possui uma relação de amor e confiança consigo mesmo vai atrair pessoas que estão buscando por isso - pessoas livres da dependência emocional em todas as suas formas. Se estamos atraindo e mantendo pessoas que exploram a vulnerabilidade emocional das outras, não é difícil chegar à conclusão de que ainda precisamos vencer as nossas próprias vulnerabilidades, certo?

No Movimento Transformacional, nós cultivamos uma ideia muito simples como sinônimo de amor por si mesmo: Eu sou o prêmio. Na prática, significa que eu tenho valor, e se o outro não vê isso, é ele que perde.

Quem se vê como o prêmio não pensa “eu faço tudo por aquela pessoa, e ela não vê meu valor, o que eu preciso para não perder essa relação?”. Seus pensamentos afirmam o oposto: eu fiz o meu melhor, pela pessoa e pela relação, se ela não viu o meu valor, então foi ela que saiu perdendo.

O perfil narcisista foge desse pensamento, porque não é capaz de inferiorizar pessoas que se vêem como prêmio. Restam duas saídas para ele: mudar e acompanhar a sua evolução, ou se afastar em busca de uma nova vítima. Entenda que, nos dois cenários, saímos ganhando, pois de uma forma ou de outra estaremos livres de uma relação que limitava o nosso crescimento.

Recebedor

O perfil recebedor é o tipo de pessoa que não se percebe como capaz, e espera que alguém venha socorrê-la. É uma pessoa que ainda não amadureceu para se ver como adulta, e assume o papel de criança, sempre buscando ajuda.

Aqui não estamos falando sobre ter desafios e contar com o apoio de alguém, mas sobre o entendimento de que outra pessoa é a responsável pelos seus problemas.

Esse perfil é comum entre filhos que já chegaram aos 20 ou 30 anos, mas ainda não se vêem ou se portam como adultos. Ele pode até sentir que chegou lá e o problema é sua família, que não o respeita como um adulto, mas não constrói a própria autonomia para ser visto dessa maneira.

Essa questão não é financeira, é de maturidade.

Se alguém é adulto há anos e os pais não vêem isso, eles nunca verão, a menos que a pessoa prove; e a única forma de provar é assumindo o controle da sua vida.

As coisas também podem ir na direção oposta: é o pai ou a mãe que se comporta como criança, esperando o filho resolver coisas quando eles mesmos poderiam dar conta. Esse modelo de relação é mais comum se os pais estão divorciados, ou um deles ficou viúvo. Os filhos, sentindo responsabilidade pela solidão dos pais, vão assumir papéis de cuidado que não cabem a eles.

Doador

Este é o perfil oposto, e complementar ao recebedor. A dependência emocional dos dois é conjunta: uma não existe sem a outra. O perfil doador faz de tudo pela outra pessoa, achando que ela é dependente. Ele desenvolveu maturidade para ser responsável pela própria vida, mas não foi longe o bastante para entender que todas as outras pessoas também são.

Os doadores nem sempre vão notar, mas no fundo eles tem uma necessidade de aprovação. Suas experiências de vida, e a forma como perceberam esses acontecimentos, fazem eles sentirem que não são amados por “serem”, e lutam para provar algo.

Essa também é uma característica do perfil vitimista, e uma mesma pessoa pode se dividir entre os dois. A busca, em ambos os casos, é por afastar o medo da rejeição e do abandono. Durante a maior parte da história, a rejeição era uma sentença de morte. Imagine viver sozinho quando a comida é escassa e os perigos estão por toda parte - animais, grupos inimigos, doenças terríveis.

Com esse cenário em mente, não é estranho que várias pessoas ainda criem mecanismos para evitar a rejeição de todas as formas, e seja preciso discutir o que é dependência emocional. O mundo de hoje pode ser outro, mas o nosso corpo e o nosso cérebro são iguais aos de quem viveu milênios atrás.

Em alguns casos, os doadores também podem agir de forma narcisista. Quem está do outro lado, recebendo, pode encontrar o próprio valor e assumir a responsabilidade por sua vida. Quando isso acontece, alguns doadores passam a dizer que a outra pessoa se tornou ingrata.

Na verdade, essa é a melhor notícia do mundo - para os dois. Quando um recebedor entende o que pode fazer, se torna livre para guiar a própria vida, e deixa o doador livre para fazer o mesmo - basta que ele esteja disposto a ver essa possibilidade.

Perceba como os quatro tipos de dependência emocional podem ser vencidos por qualquer uma das partes envolvidas. Narcisistas e recebedores, vitimistas e doadores, todos precisam entender como sua vida e a dos outros está sendo limitada por essa posição!

Ideias para vencer a dependência emocional

Ao entender o que é dependência emocional, e quais padrões estamos vivendo, começamos a caminhar para vencê-la - mas estes são apenas os primeiros passos.

Para continuar, é indispensável lembrar que os seus sentimentos estão dentro de você, e não tem a ver com a outra pessoa. Se ela não vê o seu valor, fala mal de você ou não admira uma conquista sua, tudo isso acontece no mundo externo, e não precisa mudar nada dentro de você, pois é aí onde o seu valor, autoestima e confiança realmente se encontram.

O problema de quem vive a dependência emocional não é o que está acontecendo no mundo, mas o que está acontecendo em suas expectativas em relação ao mundo.

O mundo funciona como ele funciona, para todas as pessoas, e não podemos mudá-lo por mágica ou por expectativas diferentes. O único caminho para a mudança é através do amadurecimento, que permite aceitar o mundo e suas regras, para então transformá-las.

A dependência emocional, de todos os tipos, faz as pessoas sentirem que o mundo gira em torno delas - tudo que acontece é para ela, se for bom, ou contra ela, se for ruim. Quando alguém faz uma crítica, ou uma situação foge do controle, ela transforma esse momento em sua realidade, mesmo que outras 99 pessoas estejam aprovando ou 99 coisas estejam dando certo.

O próximo passo é fazer processos de terapia, seja com profissionais ou por meio da autoterapia, para ressignificar as crenças que mantém a sua dependência. Você precisa entender o que a sustenta, e cortar os pilares para fazer a dependência desmoronar.

Só assim podemos construir a fundação para uma nova vida, onde o poder pelo que acontece em nós está em nossas mãos. Esse é o verdadeiro significado de independência emocional: estar no domínio das suas emoções, não importa o que aconteça ao redor!

Quando isso acontece, não importa se alguém te critica, ofende ou até mesmo rejeita por completo. Você se torna capaz de diferenciar o que faz do que os outros dizem, seja bom ou ruim, e toma o controle da vida em suas próprias mãos!

Artigo publicado em:
31/07/2022
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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