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Brainstorming, ou simplesmente tempestade de ideias, consiste em uma técnica criativa de solução de problemas. Ela existe há mais de 80 anos, e foi responsável pela era de ouro da publicidade, bem como pelo sucesso das empresas de tecnologia no Vale do Silício, sempre se atualizando para entregar na prática formas de solucionar os maiores desafios numa organização.
Sinônimo de obter muitas ideias em pouco tempo, fazer brainstorming é mais do que sentar - sozinho ou com várias pessoas - e esperar a criatividade surgir. Existem vários tipos de brainstorming, que devem ser analisados para achar o que mais se adapta a sua necessidade, e formas diferentes de fazer eles entregarem todo o potencial.
Neste artigo iremos abordar os principais tipos de brainstorming usados na atualidade, considerando desde as escolhas mais amplas até os modelos mais específicos que se aplicam numa questão pontual. Confira quais são eles, e onde cada um pode trazer mais benefícios para a sua criatividade.
É comum associar o brainstorming a uma atividade feita dentro de uma reunião com várias pessoas, mas também podemos aproveitar os benefícios trazidos por essa técnica trabalhando de forma individual, interagindo com nossas próprias ideias.
Realizar o brainstorming individual é uma ótima forma de incentivar pessoas que nunca tiveram contato com a técnica. Isso vai permitir que elas se acostumem com a mentalidade necessária para gerar muitas ideias, sem a pressão de que outras pessoas possam julgá-las.
O principal benefício do brainstorming individual é o foco total nas suas propostas. Ele evita distrações comuns que possam acontecer em uma reunião com muitas pessoas, como interrupções e conflitos, além de trazer mais liberdade e autonomia por afastar o receio de expressar as ideias.
Outro ponto é que neste modelo existe um espaço onde você pode se aprofundar em uma sugestão que ainda não deseja compartilhar com as outras pessoas. Dessa forma, podemos testar aspectos da ideia, preencher lacunas e solucionar possíveis contratempos antes de apresentá-la.
Na outra ponta está o brainstorming em grupo. Ele consiste em uma atividade feita com outras pessoas e tem a finalidade de captar as melhores ideias, independente de quem as traga. O seu grande benefício é a possibilidade de mais ideias, com maior pluralidade, além de ouvir dos colegas os pontos fracos que as nossas ideias tem.
É importante deixar claro que num brainstorming em grupo a sugestão e a análise das ideias devem ocorrer em momentos separados. Primeiro levantamos o máximo de propostas, sem pensar tanto na sua viabilidade ou nos detalhes, e depois julgamos cada uma. Caso a análise descarte todas as opções, ou escolha alguma que ainda está incompleta, voltamos ao momento de sugestão, e fazemos esse ciclo até encontrar uma resposta interessante.
O brainstorming em grupo também eleva nossa capacidade para resolver problemas complexos, que podem exigir diversas perspectivas. Esse tipo de brainstorming, quando bem realizado, pode favorecer o clima da organização, pois as pessoas sentirão que estão sendo ouvidas e que as suas ideias são importantes para o líder ou o grupo.
No brainstorming estruturado, o autor da ideia deve apresentá-la ao grupo. Ele pode ser convidado a explicar melhor sua proposta e tirar dúvidas, podendo também se tornar o responsável pela implementação, caso ela seja aprovada.
A abordagem anônima é uma ótima forma de introduzir o brainstorming dentro de uma organização, pois permite que as pessoas tímidas possam se expressar enquanto se acostumam com a nova metodologia. Também é uma ferramenta útil caso as reuniões passadas tenham sido marcadas por conflitos ou disputas de crédito.
O problema com o brainstorming anônimo é que a ideia não poderá ser mais detalhada, então a proposta deve ter mais clareza logo de início.
Esse é um dos tipos de brainstorming mais eficientes para pessoas e equipes que não tem afinidade com a técnica. Ele consiste em estabelecer uma meta clara e objetiva de ideias a serem partilhadas em um determinado tempo. Neste caso, o sucesso da reunião não é definido pela qualidade das ideias, mas sim pela quantidade de propostas em um certo tempo.
Este tipo de brainstorming também pode receber um nome de acordo com a sua configuração inicial, como por exemplo “6-3-5” caso tenhamos 6 pessoas escrevendo 3 ideias a cada 5 minutos. Desse jeito, o grupo vai alcançar um número de 108 propostas em apenas 30 minutos.
É lógico que muitas dessas sugestões não terão qualidade, mas o objetivo não é encontrar uma ideia perfeita e intocável. Aqui estamos mais preocupados em incentivar a criatividade, mesmo que ela vá na direção errada - sempre podemos destacar ou aperfeiçoar as propostas depois, de acordo com a necessidade.
O brainstorming “oposto” é uma atividade que pode ser usada como quebra-gelo para começar a reunião, deixando o clima mais divertido e expressando claramente o que não devemos fazer.
De forma resumida, ele consiste em deixar um problema pior. Se no brainstorming iremos buscar ideias que possam solucionar um ou mais problemas, no brainstorming “oposto” vamos buscar maneiras de deixar esse desafio ainda pior.
Imagine que há uma questão com profissionais produzindo abaixo do esperado, por exemplo. Algumas ideias do brainstorming oposto poderiam ser gritar com eles, ameaçar uma demissão ou colocar obstáculos em seu dia a dia.
Apesar de parecer apenas uma brincadeira, o brainstorming oposto também tem uma vantagem prática: muitas vezes basta fazer o contrário das ideias que foram expostas, e já teremos o que é preciso para resolver o nosso desafio.
O ponto de partida deste tipo de brainstorming é simples: pensar que você tem todos os recursos do mundo à sua disposição. Agora, como você poderia resolver o problema à sua frente, se tivesse dinheiro infinito ou uma equipe com os melhores profissionais da terra?
A vantagem deste tipo é a de vencer a pressão por encontrar a resposta perfeita, estabelecendo um clima descontraído para começar a reunião. É importante ter foco, mas antes deixar as ideias fluírem sem um julgamento. Feito isso, a equipe pode pensar em como se adaptar aos recursos disponíveis e trazer ideias mais objetivas.
Para finalizar, iremos focar em ferramentas capazes de otimizar a geração de ideias. Elas atendem a todos os tipos de brainstorming que vimos até aqui, e podem impulsionar a criatividade ou acelerar a coleta e análise das propostas.
É fácil perceber como o ambiente influencia o nosso estado - alguns lugares nos deixam mais pra baixo, outros são bons para focar, e existem aqueles onde a criatividade se solta - quem nunca teve uma grande ideia no banho ou ir para o trabalho?
É importante lembrar que o ambiente de escritório ou a presença de certos colegas pode ser um obstáculo ao brainstorming, e nesses casos sair do prédio para caminhar um pouco pode ser útil. Não é por acaso que muitos artistas afirmam ter suas melhores ideias enquanto andam livremente, por exemplo, sem direcionar todo seu pensamento ao problema.
Como solucionar um desafio sem conhecer todos os seus aspectos? A tangibilidade é uma forma de driblar essa questão, trazendo recursos palpáveis associados ao que desejamos resolver. Imagine que o problema seja relacionado a um produto, por exemplo.
Nesse caso, podemos levá-lo para a reunião, experimentar suas possibilidades, tocar, interagir, até entender o que pode ser melhorado. A tangibilidade é sempre útil, porque olhando diretamente para algo concreto vemos coisas que escapam enquanto estamos apenas pensando sobre isso.
Estímulos visuais são ótimos para o cérebro, sendo assim, podemos usá-los como forma de otimizar o brainstorming. Nesse quesito, nada mais funcional do que o famoso post-it, que pode ser colado em qualquer local. Ele permite anotar as suas ideias ou as dos participantes numa reunião, e deixá-las em um local exposto para todos.
Os cartões ainda podem ter cores ou formatos diferentes, permitindo identificar com apenas um olhar qual é a categoria da ideia, quem foi responsável por ela, ou qualquer outro aspecto que a equipe deseja diferenciar com clareza.
Essa ferramenta consiste em usar palavras-chaves que representam o problema, como por exemplo: mídias sociais, engajamento e clientes. A partir delas, traçamos linhas para conectar novas palavras associadas, com o objetivo de formar uma cadeia de conceitos. Essa é uma boa maneira de ter uma visão holística do desafio, sabendo como cada peça se encaixa na outra.
Seja para levar os post-its e o mind mapping ao mundo virtual, ou para utilizar recursos que só estão disponíveis nesse formato, softwares e aplicativos são cada vez mais comuns na hora de fazer um brainstorming.
A principal vantagem é permitir o envio e recebimento de sugestões a qualquer momento, em qualquer lugar, e a garantia de que você não vai perder o papel com as ideias. Um exemplo famoso é o Trello, que cria um quadro de anotações virtual, compartilhado com as pessoas que você desejar, usando recursos semelhantes aos post-its para registrar suas ideias.
Ter uma boa ideia muitas vezes é questão de quantidade, deixando a sua criatividade fluir para trazer muitas propostas, e filtrar só depois as que forem mais interessantes. É um desafio para muitas pessoas, sobretudo quando enfrentamos o medo de errar a cada instante.
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Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.
