Transtorno Obsessivo Compulsivo

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): Sintomas e formas de lidar

Mais amplo do que se imagina, o TOC trata-se de um transtorno psiquiátrico com pensamentos intrusivos e desagradáveis como principal característica.

Popularmente,  o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é conhecido pelas manias compulsivas e repetitivas que o indivíduo portador do transtorno possui. Alguns exemplos comuns são limpeza exagerada, revisar por diversas vezes a porta, o gás de cozinha ou as lâmpadas acesas da casa, tocar ou coçar em algum ponto.

Mais amplo do que se imagina, o TOC trata-se de um transtorno psiquiátrico com pensamentos intrusivos e desagradáveis como principal característica. Esses pensamentos resultam em compulsões, que podem ocorrer por horas diárias e causar diversos problemas à vida social e emocional do indivíduo.

O transtorno obsessivo compulsivo também pode acompanhar manifestações emocionais como depressão, ansiedade, apreensão e evitações. Queixas relacionadas ao medo e vergonha dos julgamentos alheios, ou até mesmo da família e amigos, são muitos recorrentes em quem já confirmou o diagnóstico ou está em processo de entender o que de fato significam os seus comportamentos.  

O que é o TOC

TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambas que venham a causar sofrimento social e psíquico ao indivíduo e/ou às pessoas do seu meio social. 

A obsessão, por sua vez, vai muito além de uma hiper concentração em algo, podendo ser  caracterizada por pensamentos, impulsos e imagens indesejáveis que são incontroláveis pela consciência, dando origem a uma ansiedade ou desconforto que força o indivíduo a realizar rituais. Esses rituais podem ser atos físicos ou mentais, com a intenção de evitar as possíveis consequências da sua obsessão, a fim de lhes trazer conforto físico e mental. 

Além disso, uma pessoa que sofre com esse tipo de transtorno evita muitas situações naturais, ou seja, para prevenir possíveis desconfortos esses indivíduos evitam contato com lugares de muita circulação, sejam banheiros, hospitais, bem como objetos como maçanetas, corrimãos e, em alguns casos, até mesmo em outras pessoas.

Esses comportamentos impossibilitam contatos sociais significativos, afetando também o desempenho profissional, pois a ansiedade com o que pode acontecer impede sua concentração em outras atividades.

Causas

As causas do TOC não são claras, mas trata-se de um problema multifatorial. Estudos científicos trabalham a hipótese de alterações na comunicação entre zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Ademais, fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas.

Classificação

Existem dois tipos de TOC, que podem ser classificados como : 

  • Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – Pode ser classificado como mais leve, uma vez que, as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa - alguém que não gosta de pisar nas linhas entre os pisos, ou confere a porta algumas vezes antes de dormir, por exemplo;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo: Necessita de um tratamento mais intensivo, pois pode prejudicar a qualidade de vida da pessoa afetada. Além disso, as obsessões persistem até a realização do exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

Nem tudo que é obsessivo é TOC

As obsessões não são manifestações únicas do TOC. Embora seja um sinalizador muito presente, ela pode estar presente em uma variedade de questões, como transtornos alimentares, transtorno de impulso e até mesmo depressão ou ansiedade.

Os elementos ligados ao TOC:

São invasivos: São sentimentos incontroláveis que invadem a mente agindo contra a vontade do indivíduo, sendo quase impossíveis de conter, principalmente em quadros mais graves. 

São indesejados: Causam desconforto, ansiedade e medo, levando a agir como se você estivesse em constante perigo.

Provocam resistência: Fazem com que a pessoa afetada lute contra eles, tente ignorar ou conter o sentimento, raramente obtendo sucesso.

Causam angústia: Sentimentos que costumam vir carregados de medo e angústia, podendo também surgir vontades que vão contra os valores e desejos do indivíduo.

Diagnóstico  e sintomas 

Embora para algumas pessoas o TOC seja considerado um transtorno mental raro, estima-se que cerca de 2% da população, ao longo da vida, já sofreu com o transtorno obsessivo compulsivo por pelo menos 12 meses.

No Brasil, estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas estejam acometidas por essa doença.

As pessoas mais afetadas são predominantemente jovens, com sintomas manifestados ainda na adolescência ou até mesmo na infância. O TOC, que começa cedo, tende a ser mais comum e mais grave em meninos, estando muitas vezes associado a tiques e TDAH. Já no público adulto, pesquisas revelam que ele afeta a mesma proporção de homens e mulheres. 

De forma quase geral, indivíduos com esse diagnóstico apresentam outras comorbidades, causando problemas adicionais e a necessidade de uma equipe multidisciplinar. As doenças e transtornos associados são em sua maioria transtornos de ansiedade, tiques, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), depressão, entre outros. 

Dentre as obsessões mais comuns estão incluídas:

  • Preocupação excessiva em se contaminar;
  • Dúvidas, se a porta está fechada, se a luz ficou acesa, o gás desligado, podendo estar acompanhada do sentimento de que a casa irá pegar fogo se ele não for conferir e de uma antecipação da culpa;
  • Preocupação com objetos que não estão alinhados e ordenados de forma perfeita.

Já as compulsões, conhecidas como rituais, são uma forma pela qual a pessoa procura responder às obsessões. Esses rituais ajudam a aliviar a ansiedade causada pelas obsessões. 

As compulsões comuns incluem:

  • Antecipar e repetir a lavagem de algo para evitar o medo de contaminação; 
  • Fazer diversas verificações para evitar a dúvida;
  • Ordenar objetos na tentativa de não sentir desconforto.

O diagnóstico costuma ser feito de forma tardia, quando o TOC já está interferindo na qualidade de vida do paciente. Ele pode ser feito por um médico psiquiatra. O tratamento envolve um trabalho multidisciplinar a fim de intensificar resultados.

Nas terapias, o objetivo é facilitar a identificação e o controle dos pensamentos, para que a pessoa seja capaz de lidar com eles sem recorrer aos rituais. Esses mecanismos trazem mais domínio sobre o seu dia a dia, evitando os problemas que o TOC produz. Em casos mais severos também pode ser indicado o uso de medicamentos.

Conclusão

Identificar que precisa de ajuda e buscar conhecimento é o primeiro passo para lidar com o  transtorno obsessivo-compulsivo. 

O importante é ter em mente que procurar ajuda significa melhorar a qualidade de vida e estabelecer suas relações com as pessoas que você ama e que convivem com você. Seu comprometimento e sentimento de mudança deve ser a primeira iniciativa para quebrar esse tabu e até mesmo ajudar pessoas que passam por essa mesma dificuldade.

Artigo publicado em:
31/03/2023
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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