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Alzheimer: Sintomas e cuidados para lidar com esse transtorno

Saiba mais sobre o Mal de Alzheimer, com causas, sintomas e dicas para ajudar quem vive com Alzheimer; prevenir ou adiar o seu surgimento; manter o próprio bem-estar emocional enquanto cuida de alguém com esse transtorno.

É cada vez mais comum encontrar pessoas com Alzheimer, bem como amigos e familiares buscando informações para ajudar quem amam. Saiba mais sobre o Mal de Alzheimer, com causas, sintomas e dicas para:

  • Ajudar quem vive com Alzheimer;
  • Prevenir ou adiar o seu surgimento;
  • Manter o próprio bem-estar emocional enquanto cuida de alguém com esse transtorno.

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é o transtorno degenerativo mais comum ligado ao envelhecimento dos indivíduos. Isso significa que, com o passar dos anos, aumentam as chances de que ele ocorra.

A sua origem está na degeneração do sistema nervoso. Para funcionar, o nosso cérebro produz e processa diversas substâncias químicas numa velocidade quase instantânea, e as doenças neurodegenerativas ocorrem quando existem falhas nesse trabalho.

No caso do Alzheimer, o problema está nas substâncias ligadas à memória, que deixam de funcionar corretamente. Ainda não há uma cura definitiva para esse transtorno, mas existem métodos para estender o bem-estar das pessoas com Alzheimer, adiando em alguns anos o aparecimento e desenvolvimento dos sintomas.

Sintomas de Alzheimer

Os sintomas de Alzheimer se desenvolvem ao longo de fases, começando por sinais como a conhecida dificuldade para lembrar de coisas simples, e avançando para a perda gradual da memória, linguagem e controle sobre as funções do próprio corpo.

Primeiros Sinais

Um dos primeiros indícios do Alzheimer é a perda da linguagem para objetos cotidianos. Aos poucos, a pessoa não consegue se lembrar como é o nome da caneta, do telefone ou da escova, por exemplo.

É muito difícil perceber quando isso ocorre, porque a mente ainda é ágil o bastante para buscar e utilizar sinônimos ou substituições.

Ao invés de pedir “a caneta”, a pessoa vai pedir “algo para escrever”, e talvez nem ela mesma poderá notar o esquecimento. A maioria das pessoas acha que está fazendo isso por estresse ou cansaço, e nem se preocupa.

O esquecimento vai se intensificar e atingir áreas cada vez mais importantes da vida, até se tornar muito perceptível. É nesse ponto que amigos e familiares normalmente começam a desconfiar do Alzheimer.

A partir daí, é normal o isolamento gradual, conforme a pessoa se afasta de interações para não passar vergonha pelos esquecimentos. Ela tem medo de errar nomes, ou demorar muito para encontrar uma palavra, então começa a sair menos de casa e evitar ambientes onde gostava de ir.

Se ela for muito boa em mascarar o esquecimento, as pessoas ao redor costumam suspeitar de depressão, por conta do afastamento.  Nesse sentido, inclusive, muitos pacientes começam um acompanhamento psiquiátrico para a depressão, e através dos exames acabam chegando ao diagnóstico de Alzheimer.

Agravamento

A próxima fase é marcada pela irritação. Ela acontece pelos motivos mais simples, porque a pessoa não entende mais o que está acontecendo ao redor ou em seu próprio corpo.

Ela sente vontade de fazer xixi ou cocô, mas não lembra o que é isso, e percebe apenas algo estranho em seu corpo, ficando agitada. O mesmo ocorre com uma coceira ou uma dor.

Caso algo faça barulho - obras por perto, o trânsito, um cachorro latindo, a TV muito alta - também vai irritá-la, pois ela não identifica rapidamente o que está havendo. Nesse último caso, os pacientes chegam a esquecer que a TV não é real, e se irritam com as “pessoas” ali dentro.

Uma expressão comum desses sintomas é a síndrome do pôr do sol, caracterizada por agitação e raiva nessa parte do dia. Conforme o tempo escurece, a pessoa quer “voltar pra casa” mesmo quando já está lá, tem mais chances de esquecer dos familiares e pode até se tornar violenta.

A melhor forma de lidar com essa parte da doença é manter a calma. Quem está ao redor da pessoa com Alzheimer precisa confortá-la, transmitindo segurança, e só pode fazer isso agindo de forma tranquila.

Nos momentos mais avançados, ocorre a perda gradual da fala, conforme mais e mais palavras são esquecidas. Também é comum a perda da locomoção, levando o paciente a ser acamado e exigir cuidados ainda mais intensos.

Um risco dessa etapa é a dificuldade de engolir, que pode ser vista em sinais como engasgos, tosse e espirro durante as refeições. Isso pode fazer com que a comida entre nas vias aéreas, resultando numa infecção. Os cuidados começam pela adoção de comidas pastosas, e avançam para o uso de uma sonda alimentar.

Apesar das debilidades, o Alzheimer não causa um impacto tão grave na saúde física, e essas fases podem se desenrolar ao longo de décadas. Caso a pessoa tenha outras condições, no entanto, elas tendem a se agravar conforme o Alzheimer progride.

Importante!

No Movimento Transformacional nós sempre carregamos a ideia de que o indivíduo é mais importante do que seus sintomas ou transtornos. Isso significa que sempre estamos lidando com a pessoa, e não com a doença.

Mais do que analisar sinais e tentar consertá-los, a nossa abordagem tem como foco a entrega do que o ser humano precisa - atenção, empatia e um ambiente saudável. O objetivo não é fazer uma lista dos limites que as pessoas podem ter. A intenção é mostrar como ele acontece, para que você saiba quando é hora de aumentar os cuidados ou buscar ajuda.

Cuidando de alguém com Alzheimer

Para mostrar como cuidar de alguém com Alzheimer, nós convidamos a Cláudia Alves. Ela é filha e cuidadora da Francisquinha Alves, que convive com o transtorno há 11 anos. A Cláudia também divulga informações sobre o Alzheimer para 250 mil seguidores no Youtube e no Instagram.

Ela mostra que, antes de mais nada, é muito importante fazer as pazes com o fato de que a velhice, de alguma forma, vai trazer desafios como esse. Não é injustiça, nem punição, é apenas um fato da vida, para o qual podemos e devemos nos preparar.

Os cuidados com o Alzheimer sempre devem começar por você. Para entregar o ambiente que a outra pessoa precisa, sem criar desafios emocionais na sua própria vida, será preciso estar atento às suas próprias necessidades e questões.

Em primeiro lugar, vamos atravessar um processo de aceitação, para entender que essa pessoa à sua frente não voltará a ser como antes, e adequar seu comportamento a como ela é hoje. Lidar com sentimentos de raiva, frustração e culpa tem uma importância enorme para manter a sua própria saúde mental.

Será preciso resolver as questões do passado. Se você tem que cuidar da sua mãe ou do seu pai, mas tem mágoa por algo que eles fizeram, vai atravessar um conflito enorme entre a empatia e a raiva - isso não será bom para ninguém.

A Cláudia nos ensinou a diferenciar duas ideias muito importantes: disponibilidade e disposição.

Quem está disponível apenas tem tempo para cuidar, mas quem está disposto pode fazer o que é preciso para isso. Muitas vezes, a pessoa que está disponível é quem tem menos condições, porque seu tempo livre é fruto de problemas emocionais que a levaram a não ter emprego ou relacionamentos sólidos.

Em qualquer situação, ofereça o melhor que você puder, sem se preocupar com quem está vendo de fora. Se o melhor que as suas condições permitem é contratar uma enfermeira para ajudar nos cuidados, ou levar a pessoa para uma casa de repouso especializada, saiba que está tudo bem.

Mesmo com o amor por seus familiares, nem todas as pessoas terão as condições emocionais para vê-los envelhecer e ainda entregar os cuidados necessários, e não há nada de errado em buscar ajuda para isso.

Até mesmo para os pacientes, pode ser melhor ter a atenção constante de pessoas especializadas, mantendo uma conexão próxima com a família, do que ser cuidado por alguém que mal está conseguindo enfrentar os próprios desafios, e nem sempre terá a disposição exigida.

Aprenda o que acalma

Cada pessoa com Alzheimer terá os próprios estímulos relaxantes, e será muito importante encontrá-los. Algumas opções comuns são músicas, chás, conversas tranquilas e caminhadas pela natureza.

Aprenda o que funciona para a pessoa que você está cuidando e não tenha medo de usar esses estímulos quantas vezes for necessário, até mesmo criando rotinas como uma caminhada para começar o dia ou um chá no fim da tarde, por exemplo.

É interessante que as atividades ofereçam algum estímulo para o corpo ou a mente, como no exemplo das caminhadas, ou algum jogo que você possa jogar com a outra pessoa. Algumas pessoas também terão objetos preferidos, que os ajudam a ancorar suas memórias. Tenha sempre uma cópia desses itens, caso o original seja perdido ou destruído por qualquer razão.

Confira também | Terapia com familiares: É possível? Como fazer?

Saiba lidar com as questões difíceis

O Alzheimer faz com que o paciente costume repetir perguntas difíceis e dolorosas, questionando onde está um familiar que morreu, por exemplo. Quem está ao redor pode sofrer por relembrar disso, mas a pessoa com Alzheimer tende a sofrer ainda mais quando descobre, de novo e de novo, o que aconteceu.

Ela vai vivenciar a mesma dor da perda a cada vez, e vai esquecer de novo algum tempo depois. Nós podemos lidar com isso contando uma história para distrair sua atenção - dizendo que a outra pessoa viajou, está trabalhando, ou foi visitar um amigo, por exemplo.

Ela também pode confundir alguém, e conversar com o filho como se ele fosse seu marido que já se foi, por exemplo. Muitas pessoas deixam a conversa seguir, sem questionar, evitando uma situação mais estressante.

Parece errado mentir, pois queremos que a pessoa finalmente se lembre de uma vez por todas e pare de perguntar, mas não adianta insistir: ela vai esquecer em algumas horas ou dias, e passar pelo luto mais uma vez.

É ainda mais importante que pessoas lidando com esse tipo de questão recebam apoio psicológico/terapêutico, tanto de forma profissional quanto dos outros cuidadores, amigos e familiares. Elas também vão encarar emoções muito dolorosas quando são confrontadas por momentos assim, e precisam de vias para aliviar o peso sentido.

Alimentação

Como dissemos, o avanço do Alzheimer leva a dificuldade para engolir, então em algum ponto será preciso fazer ajustes na alimentação. Normalmente o primeiro passo é adotar uma dieta pastosa, que não precise ser mastigada, e mais tarde a sonda alimentar pode ser utilizada.

Nesses processos, não ignore o acompanhamento profissional na área da nutrição, garantindo que a pessoa receba todos os nutrientes necessários para manter a saúde no nível mais alto possível.

Outro problema comum acontece quando a pessoa esquece de fazer suas necessidades, podendo haver o acúmulo de fezes durante vários dias. Uma alimentação bem planejada também pode ajudar nesse ponto, por meio de ingredientes e nutrientes que favoreçam a evacuação.

Cuidado extra nas situações invasivas

Mesmo quando não consegue expressar inteiramente sua vontade, a pessoa com Alzheimer ainda sabe de forma intuitiva quando seus limites estão sendo invadidos, e pode ficar mais agressiva nesses momentos.

Preste atenção na hora do banho, limpeza e outros cuidados, tentando oferecer o máximo de conforto físico e emocional. Se possível, é válido ter um cuidador ou cuidadora profissional para ajudar com estas situações.

Não ignore as questões legais

Apesar de todo o desafio emocional que envolve o Alzheimer, não podemos deixar as questões práticas de lado. É preciso ficar atento às questões legais, definindo quem vai cuidar delas e adquirindo os documentos necessários.

Muitos familiares acham que devem buscar a procuração, por ser a opção mais óbvia, mas esse é um erro sério. Fazer outra pessoa assinar um papel sem ter noção do que está escrito, mesmo com a intenção de cuidar, pode ser considerado um crime.

O documento mais adequado é o de curatela, a partir do qual um indivíduo - geralmente filho - se torna representante legal da outra pessoa. Ele é feito com a entrega de um laudo médico que comprove a incapacidade da pessoa em cuidar de seus próprios bens e responsabilidades legais.

Quem assume a curatela pode auxiliar na prova de vida para manter a aposentadoria e outros benefícios, contestar cobranças indevidas e até mesmo anular compras ou vendas anteriores que tenham sido fruto de abusos contra o paciente - se houver prova de que ele já estava debilitado no momento do acordo.

Lembre de avisar sobre a transição para os demais familiares, e todos com quem a pessoa tem algum compromisso, como aluguéis, empréstimos, e afins.

Como prevenir o Alzheimer?

Ainda não temos uma resposta definitiva sobre como prevenir o Alzheimer, mas existem hábitos e rotinas com um valor imenso para adiar o começo e avanço dos sintomas. São passos que podemos tomar desde a juventude, para ter uma velhice mais saudável!

Alimento

Poucas coisas tem tanta importância para a nossa saúde quanto a alimentação. O excesso de elementos como gorduras, álcool e condimentos - bem como a falta de vitaminas e minerais - pode causar todo tipo de problemas. Fatores como colesterol e açúcar elevados, por exemplo, aumentam o risco de Alzheimer e outros transtornos neurodegenerativos.

Em resumo, uma boa alimentação vai incluir muitas folhas e legumes, carnes brancas e gorduras saudáveis (azeite, abacate, óleo de peixe...). Complementos vitamínicos também podem ser usados, mas é interessante consultar nutrólogos ou nutricionistas antes de adotá-los.

Movimento

O corpo e a mente são um sistema - a saúde de um é a saúde do outro. Encaixe formas de atividade física na sua rotina, mesmo que seja uma simples caminhada, para manter o cuidado com os dois!

Você também pode buscar uma aula de dança, comprar pesos para se exercitar em casa ou praticar uma atividade de baixo impacto (natação, pilates, ciclismo) para manter o corpo em constante movimento.

Pensamento

Desafie o seu pensamento todos os dias, usando atividades simples e divertidas para se esforçar um pouco mais. É importante sair da rotina - se você faz muitos caça-palavras, por exemplo, teste outros tipos de jogos.

Além disso, é interessante estar sempre aprendendo novas habilidades. Estudar um pouco mais sobre culinária, marcenaria, jardinagem, pintura, entre tantas outras opções, vão ocupar o seu tempo de forma produtiva e manter o cérebro em constante atualização. Aprender uma nova língua é uma ótima opção, e pode afastar os primeiros sintomas por até 5 anos.

Relacionamento

Mesmo sem transtornos ou doenças, todos vamos precisar de alguns cuidados quando chegarmos à nossa velhice. Construa agora essas relações, para ter apoio ao seu redor.

Além disso, bons relacionamentos são um estímulo para a mente.

Faça conexões com pessoas que te desafiam, trazem novas perspectivas e incentivam você a buscar algo novo, garantindo que você nunca vai parar.

Combine este e os outros elementos - participe num grupo de viagens, saia para conversar e comer algo saudável, convide amigos para um jogo divertido - cerque-se de pessoas e de estímulos, atraindo uma vida melhor com ou sem o Alzheimer!

Conclusão

Lidar com o adoecimento, seja o próprio ou de pessoas queridas, sempre é mais fácil quando temos o equilíbrio emocional a nosso favor. Cuidar bem dessa área ajuda a afastar os transtornos psicológicos, manter o foco no tratamento de várias outras doenças, e fazer as pazes com as que não podemos curar.

Se você tem interesse nessa área, fale com um de nossos especialistas em transformação pessoal, e aprenda tudo que sempre quis saber sobre o assunto.

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Artigo publicado em:
18/07/2022
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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