sessão de regressão

Sessão de Regressão: Mitos e Dúvidas explicados

Nesse artigo, vamos discutir seu funcionamento, para que serve a regressão, quais são os mitos ao redor do tema e o que acontece com uma pessoa enquanto vivencia uma sessão de regressão!

Como a regressão é uma das ferramentas mais comuns na hipnose e terapia, é importante reservar um espaço para falar exclusivamente sobre ela. Nesse artigo, vamos discutir seu funcionamento, para que serve a regressão, quais são os mitos ao redor do tema e o que acontece com uma pessoa enquanto vivencia uma sessão de regressão!

O que é Regressão?

Antes de mais nada, vamos definir exatamente o que estamos abordando. A regressão é um fenômeno natural, que ocorre todos os dias na sua e na minha vida. Sempre que você lembra com clareza de uma situação passada, está fazendo um movimento de regressão!

Se eu te perguntar o que aconteceu no último episódio da sua série ou novela preferida, por exemplo, você estará fazendo uma regressão para me contar. É assim, direto e sem misticismos. A regressão é uma visualização das suas memórias, e nada além disso.

Terapia de Regressão

A Terapia de Regressão é uma condução aplicada desse fenômeno: o terapeuta direciona o cliente para algum momento importante em relação aos desafios que ele está atravessando hoje.

Nesses processos terapêuticos, a sessão de regressão pode ser conduzida para momentos específicos, mas isso não significa que através dela você irá encontrar uma memória trancada no fundo de sua mente, capaz de revelar um acontecimento esquecido.

A memória e a Regressão

Na verdade, a memória está sempre sendo recriada. Quando lembramos, nós do presente olhamos para uma percepção do passado. Não voltamos lá para saber a verdade, pois a regressão não é uma máquina do tempo!

Pense na seguinte situação - você está contando uma história muito engraçada para a sua melhor amiga, certo de que vai surpreendê-la.

De repente ela diz: eu estava lá, esqueceu?

Também acontece o contrário: você jura que a pessoa estava lá, mas ela não saiu de casa aquele dia. Você então percebe que ela realmente não estava, mas ainda sente que ela deveria estar, pois sua memória diz isso.

É assim que nossa memória funciona - ela consegue recuperar algumas frações dos acontecimentos, e usa a imaginação para preencher o resto da história, até ela fazer algum sentido.

De fato, exames de imagem mostram que áreas muito semelhantes do cérebro são ativadas durante os dois processos. Na imagem da esquerda, vemos as áreas com mais atividade quando a pessoa está lembrando de algo, e na direita as áreas usadas durante a imaginação.

Isso não significa que as suas memórias são inteiramente falsas - ao falar desse assunto, nós precisamos esquecer por um momento a ideia de verdadeiro ou falso, e pensar em memórias como algo que está além dessas duas opções.

Elas tem um pouco de verdade, e um pouco de construção.

Quando você lembra que alguém estava lá, mas a pessoa não estava, é provável que ela tenha estado em muitas situações semelhantes, com o mesmo grupo de amigos, por exemplo. A sua mente, caso fique na dúvida sobre essa pessoa ter estado ou não, vai seguir pela escolha mais provável, e afirmar que ela estava.

Esse tipo de processo acontece o tempo inteiro - na maioria das vezes ele está certo e é útil para preencher os detalhes de algo que esquecemos, mas em um ou outro caso nos deixa com cara de bobos por termos errado algo que deveria ser uma lembrança óbvia.

E o que isso tem a ver com Regressão?

Tem tudo, afinal a sessão de regressão é um passeio pelas memórias - e não pelos acontecimentos em si. Quando entendemos que parte das lembranças é construída, fica mais fácil perceber que memórias onde se sustentam as nossas crenças limitantes podem ser ressignificadas.

Cada crença sobre nós, o mundo e as outras pessoas é criada a partir de algumas memórias. Se você acredita que é alguém corajoso, por exemplo, certamente houveram momentos de coragem no seu passado. Quando você pensa na coragem, tem memórias destas situações.

Através da regressão podemos identificar e reprogramar as percepções ligadas a acontecimentos de nossa história, para usar essa história no presente como uma força, ao invés de tê-la como limitação.

A Sessão de Regressão

Numa sessão de regressão, podemos usar quantas memórias acharmos adequado, mas a aplicação mais comum costuma envolver uma regressão para dois instantes: quando a pessoa enfrentou um episódio da sua dificuldade, e quando acredita que esse desafio surgiu.

Antes de usar a regressão, ou qualquer outra técnica, nós vamos fazer um trabalho de anamnese. Ele permite traçar o diagnóstico da situação - não para encontrar sintomas ou doenças, mas para entender melhor os pensamentos e emoções da outra pessoa.

A anamnese trará mais clareza sobre o desafio que ela enfrenta, como ele se formou, quais emoções ele causa e quais emoções são a causa dele, além dos recursos que a pessoa já tem para enfrentá-los.

É só a partir daí que iremos decidir ou não usar a sessão de regressão. Ela faz mais sentido quando a pessoa tem alguma ideia de como seu problema surgiu, ou uma cena muito forte onde ele se manifestou, pois dá um ponto exato para onde podemos regredir. É  importante não colocar a ferramenta na frente da pessoa, e só tomar a decisão após ouvir o que ela tem a dizer.

Se a pessoa tem medo de cães, e se lembra de ter sido atacada quando era criança, por exemplo, a memória do ataque vai trazer emoções de ansiedade, desconfiança, incapacidade, e assim por diante. Uma sessão de regressão para essa memória permite fazer com que ela desperte emoções diferentes.

Isso vai desconstruir um dos pilares para o medo de cães - em alguns casos, será o bastante para acabar com o medo, e em outros vamos precisar de algumas ferramentas complementares, mas já teremos dado um grande passo.

Quem pode fazer uma Sessão de Regressão?

Assim como em outras formas de terapia, não é preciso ter uma formação específica para usar a sessão de regressão. Qualquer pessoa pode trabalhar com essa técnica, basta usá-la de modo ético e estudar cada vez mais sobre o seu funcionamento para ajudar outras pessoas.

Lembre-se que a regressão é um processo natural, e na terapia ela é apenas um passeio guiado pelas memórias, então esqueça aquelas ideias místicas de que a outra pessoa pode ficar presa no passado, ou contar algum segredo oculto.

O cliente está consciente a todo momento, é ele quem escolhe avançar, e pode parar caso não se sinta confortável ao lembrar de algo. Não tenha medo de usar essa técnica. Pense em quando você conversa com um amigo ou familiar, e ele conta algo importante que já aconteceu - esta é uma forma de regressão, e na terapia não é diferente!

Regressão na hipnose

Por muito tempo a hipnose esteve associada diretamente à sessão de regressão, com hipnólogos afirmando ser capazes de fazer a pessoa voltar exatamente para um momento do passado e lembrar de algo “perdido” em sua memória.

Nós já vimos que a memória não funciona dessa forma, ela não é um arquivo perfeito nem um caminho direto para o passado, mas uma percepção que sempre parte do nosso presente. Com essa ideia em mente, podemos ver a relação entre regressão e hipnose de uma forma inteiramente nova.

No Movimento Transformacional, nós entendemos que a hipnose é o uso da comunicação para construir uma realidade, e essa comunicação pode acontecer de quatro maneiras:

Verbal, por meio das palavras;

Não-verbal, através de gestos, olhares, posturas e elementos semelhantes;

Externa, com os objetos que nos cercam e seus significados para nós;

Interna, contendo tudo que se passa em nossa mente.

A regressão se encaixa nessa última categoria - é uma forma de comunicação interna, que a pessoa mantém consigo mesma. Os estímulos de um terapeuta, que são comunicações de outros tipos, podem orientar o processo, mas no fim das contas a própria pessoa é quem está no controle.

Ao ressignificar a comunicação, podemos gerar um novo estado emocional e passar a ver o mundo de forma diferente. Esse é um caminho para mudar nossos comportamentos, agindo para ter os resultados que desejamos.

Existem outros caminhos

Para finalizar, é importante deixar claro que a sessão de regressão não é a única ferramenta para atingir a ressignificação das nossas crenças, e a ressignificação também não é o único caminho para se transformar.

Além dela, nós também trabalhamos com processos de clareza, que são inteiramente voltados ao presente e ao futuro. Por meio da clareza, podemos identificar problemas em nosso estilo de vida - falta de sono, alimentação incorreta, sedentarismo, falta de atenção aos relacionamentos... - e mudá-los para ter mais bem-estar.

Essa é uma das grandes vantagens da Hipnose Transformacional: um olhar amplo para nosso passado, presente e futuro, gerando transformação por todas as vias, sem agarrar-se a um conceito ou técnica.

Quer saber mais? Clique aqui para conhecer o Movimento Transformacional!

Artigo publicado em:
28/07/2022
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Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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